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Arqueologia

     A origem do Concelho de Pedrógão Grande não é ainda objecto de consenso entre os historiadores. Para alguns a história do concelho remontará ao período pré-histórico sendo, no entanto, difícil determinar a época exacta. A Idade do Ferro é apontada como um dos prováveis períodos em que se terá iniciado a ocupação humana desta área. Tratava-se de uma zona propícia à fixação humana visto a morfologia do terreno constituir uma boa defesa natural, para além da existência de uma flora e fauna ricas e abundantes. Inicialmente a população ter-se-ia concentrado no Monte da Sra. Dos Milagres no Cabeço da Cotovia pela sua condição de quase fortaleza natural. Mas se alguns vestígios parecem sustentar esta hipótese a verdade é que outras são sustentáveis. As opiniões dividem-se entre as hipóteses de fundação pré-histórica, romana ou mesmo posterior ao estabelecimento dos romanos na Península Ibérica.

      Escavações arqueológicas efectuadas e consequentes vestígios e achados encontrados parecem confirmar a ideia de uma ocupação romana. Foram descobertos fornos de cerâmica para cozimento de telha, telhas de rebordo e pedaços de potes decorados, o que associado ao facto de alguns historiadores atribuírem a fundação de Pedrógão Pequeno, em 150 d.C., aos romanos, reforça a ideia de que ambas as localidades tenham a mesma origem. Os vestígios encontrados e estudados são ainda comprovar uma ocupação muçulmana, embora esta possa ter acontecido, uma vez que os árabes estiveram em Pedrógão Pequeno e topónimos de algumas localidades do concelho, como Alardo ou Atalaia, indiciam uma origem muçulmana. Existe mesmo uma lenda, “ A Lenda do Mouro do Cabril “, alusiva à passagem mourisca por esta área.

     Devido à Reconquista Cristã a vila terá sido despovoada, tendo assim permanecido até ao seu repovoamento, em 1135, por D. Afonso Henriques e posterior doação ao seu filho bastardo D. Pedro Afonso. A carta de doação da herdade de Pedrógão Grande indica os limites do território que, posteriormente, iriam originar os concelhos de Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra e Miranda do Corvo e ainda as freguesias da Aguda, Avelar e Maçãs de D. Maria. D. Pedro Afonso, ainda no mesmo ano, fez a doação da sua propriedade a três fidalgos e em 1206, no reinado de D. Sancho I, concedeu o primeiro Foral a Pedrógão Grande. Este seria mais tarde confirmado na cidade de Coimbra, por D. Afonso II e, em 1250, por D. Afonso III. Em 1513, D. Manuel concebeu novo Foral a Pedrógão Grande. Os limites da propriedade foram aí alterados tendo-se esta situação repetido diversas vezes ao longo da história do concelho. Estas alterações dos limites foram em benefício de outras vilas que, que devido à sua evolução e progresso, reivindicavam as terras que lhe estavam mais próximas.

     Ao longo dos anos algumas referências a Pedrógão Grande e suas gentes são encontradas nos anais de história, sendo talvez de referir a tentativa de assalto frustrada levada a cabo em 1808 pelo exército francês. Até à implantação do regime constitucional foram donatários de Pedrógão Grande o Conde de Redondo e o Marquês de castelo Melhor, que exerciam sobre esta vila poderes jurisdicionais. Encontrando-se subordinada à Corregedoria de Tomar só em 1875 a vila foi elevada a Comarca. Nos últimos tempos da monarquia Pedrógão Grande entrou num período de declínio tendo-lhe sido retirada a categoria de sede de concelho e de comarca em 1895, passando a fazer parte do concelho e comarca de Figueiró dos Vinhos. A 13 de Janeiro de 1898 um novo decreto restituiu a Pedrógão Grande o estatuto de município mas não o de comarca.

     Face ao grande desenvolvimento industrial verificado na freguesia de Castanheira de Pêra, a nível da indústria têxtil, esta passou a constituir concelho em 1914. Pedrógão Grande perdeu assim duas freguesias, já que Coentral ficou inserida no município de Castanheira de Pêra, mantendo-se deste então configuração do concelho.

     A Vila de Pedrógão Grande, sede do concelho, apresenta o seu núcleo central e primitivo como elemento unificador. Mantendo o centro histórico algumas das suas características medievais – como a reduzida largura e sinuosidade das ruas ou a escala dos edifícios – é ao redor deste que se verifica a expansão urbana. Assiste-se a um crescimento nas áreas limítrofes, especialmente a partir da década de 70 do séc. XX, baseado essencialmente numa mera perspectiva de resposta a um mercado habitacional em constante crescimento. Numa perspectiva de desenvolvimento urbano cuidado interessa realçar e preservar a herança cultural e patrimonial de uma vila com história mas também com futuro.