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Feiras Festas e Romarias

     Pedrógão Grande tem grandes tradições em festas e romarias. Prova disso é a obra “Portugal Antigo e Moderno” de Pinho Leal que faz o relato de algumas delas: “Antigamente as procissões em Pedrógão, eram assim ordenadas: - Em primeiro lugar hiam os homens do povo; depois várias donzelas que representavam personagens do paganismo: cantando e dançando dentro do templo. Assim hiam Euterpe, deusa da música com o papel de solfa na mão, vestida exquesitamente; Esculápio, o deus da medicina com os potes e garrafas e mais objectos pertencentes à arte médica; Therpesycore, a deusa da dança, vestida com fato próprio, dançando e pulando…” …”Templo era elegantemente decorado, e as paredes forradas de lindos  damascos. Ordinariamente as festas duravam três dias, no fim das quais ainda havia no Adro da Igreja, comédias e arlequinas…” …”…No fim as autoridades, aplaudiam os que se distinguiam na carreira ou no jogo,  ou na arte tauromática, e nomeavam-nos em voz alta, para receberem os prémios das mãos das donzelas…”

     As festas e romarias reflectem a cultura popular e tradicional deste concelho conferindo-lhe uma identidade muito próprio um exemplo concreto são os festejos da semana santa.

 

FEIRAS

Feira Anual – Ocorre no dia 24 de Julho (dia do concelho). É uma feira muito concorrida por vendedores, artesãos e populares da região.

 

Feira Mensal -  Ocorre todas as primeiras segundas feiras de cada mês excepto no mês de Agosto

Feira de Santa Catarina – Ocorre no dia 25 de Novembro, na sede da freguesia de Vila Facaia. É uma feira típica, muito concorrida por pessoas da região e onde tradicionalmente se come sardinha assada e se prova o primeiro vinho novo

Mostra de Produtos regionais – Ocorre normalmente no último fim-de-semana de Abril e compõe-se de mostra de artesanato, produtos regionais e feira de gastronomia, com actividades recreativas, musica ao vivo, folclore e actividades diversas.

Mercado Semanal - Ocorre todas as Segundas Feiras no Mercado Municipal de Pedrógão Grande, nas freguesias da Graça e Vila Facaia ocorre todos os Domingos.

 

 

festas

Festas de Verão (Festas do Concelho) – Ocorrem por altura do Feriado Municipal (24 de Julho) e englobam diversas actividades recreativas, tais como música ao vivo, folclore, bailes e actividades desportivas.

 

 

ROMARIAS

Senhor dos Aflitos, no sítio de  Senhor dos  Aflitos,  no primeiro fim de semana a seguir a 25  de Abril.

Senhor dos Bons Caminhos, no lugar de Regadas, no último Domingo de Junho.

Santo António, no lugar de Pesos Fundeiros, no segundo fim de semana de Junho.

Senhora da Estrela, no lugar de Atalaia, no primeiro fim de semana de Agosto.

Santa Catarina, na sede da freguesia de Vila Facaia, no fim de semana de 11 de Agosto.

Senhora da Graça, na sede da freguesia da Graça, no dia 15 de Agosto.

Senhora da Consolação, no lugar de Escalos do Meio, no segundo Domingo de Agosto.

Santo António, no lugar de Salaborda Nova, no terceiro Domingo de Agosto.

Senhora da Saúde, no lugar de Louriceira, no último Domingo de Agosto.

Senhora dos Milagres, no miradouro da Srª. Dos Milagres – Pedrógão Grande, no primeiro Domingo de Setembro.

Senhora da Piedade, no lugar de Senhora da Piedade – Vila Facaia, no segundo fim de semana de Setembro.

Senhora do Carmo, no lugar da Picha, no terceiro fim de semana de Setembro.

Santa Lurdes, no lugar de Escalos Cimeiros, no terceiro fim de semana de Setembro.

Senhora do Rosário, no lugar de Derreada Cimeira, no último Domingo de Setembro.

São Vicente dos Pinheirais, em Mó Grande, no primeiro Domingo de Outubro.

 

 

SEMANA SANTA

     A semana santa é uma festa religiosa que decorre na última semana da Quaresma. Esta festa religiosa tem o seu ponto mais alto no dia de sexta-feira santa, com a procissão do Enterro do Senhor e os Sermões do Calvário e da Igreja.

     A história da semana santa no concelho está directamente relacionada com os Passos, Ramos e a Páscoa.

     Todas estas festividades começam no sábado anterior ao Domingo de Passos: quando a noite faz a sua aparição, na Igreja da Misericórdia reina grande azáfama. Os irmãos acotovelam-se na procura da sua opa, e do respectivo círio. Lá fora, no Largo contíguo à Igreja, o cortejo começa a organizar-se para transportar a imagem do Senhor dos Passos da Capela do Calvário para a Igreja Matriz.

     Volvidos alguns momentos a marcha inicia-se dirigindo-se à Rua do Meio, Dr. José Jacinto Nunes, inflectindo em seguida para o Largo da Devesa, quedando-se junto da escadaria de acesso à capela acima mencionada.

     Alguns minutos depois, o andor do Senhor chega ao topo da escadaria, transportado por quatro irmãos parecendo no seu semblante de dor transmitir aos presentes as agonias da vida terrena e a esperança de uma outra melhor para lá da morte, fundamento da doutrina cristã.

     A procissão desfila agora por entre as tílias da Devesa, percorrendo a Rua Dr. José Jacinto Nunes em direcção à Matriz.

     A noite vai avançando. Depois de terminadas as cerimónias cada qual vai regressando ao seu lar. Amanhã será um dia importante coma realização da Procissão dos Passos.

     Meia manhã e a igreja já se encontra repleta, os fiéis assistem e participam nos actos litúrgicos todos anseiam pelo momento solene deste dia, o encontro de Maria com seu filho.

     Quando o sol já vai alto, inicia-se a procissão dos Passos. A Irmandade da Misericórdia volta a envergar as suas opas, enquanto o pendão é transportado para a porta principal. Hoje participa igualmente a Irmandade do Santíssimo, com as suas opas vermelhas círios brancos. Quando a primeira chega à Igreja Matriz pela Rua da Estação Velha já esta se encontra preparada para participar nas evocações deste dia.

     No Largo do Adro, uma enorme multidão aguarda o início, ao mesmo tempo que outras pessoas aguardam junto da Capela do Calvário o momento da saída do outro cortejo, este com as imagens de Maria e João.

     Nesta atmosfera de misticismo, as personagens desfilam procurando relembrar aquilo que, segundo a Bíblia se passou há cerca de dois mil anos quando Jesus, transportando a cruz pelas ruas de Jerusalém se dirigia para o Monte Gólgota e, a dado passo, encontra Maria sua Mãe.

     Junto ao nicho ou Passo ali existente, feito com o granito da região, encimado por uma cruz, vê-se um púlpito, onde já se encontra o pregador, esperando que a imagem do Senhor dos Passos chegue junto da esquina que dá acesso ao largo.

     Um silêncio denso paira no ar. O pregador olha multidão e começa a dissertação, procurando desenvolver o tema daquela que vê ir o filho para a morte. Aqui e além vêem-se lágrimas rolando pelas faces dos fiéis.

     E, eis que chega o momento culminante.

     A um sinal estabelecido, a imagem da Senhora das Dores avança ao encontro do Senhor dos Passos, acompanhada por S. João.

     A voz do pregador sobe de tom, aludindo àquele quadro verdadeiramente dramático e comovedor.

     Por fim a Filarmónica Pedroguense faz-se ouvir, numa entoação adequada, bem como a Verónica, na sua voz triste e fúnebre.

     O cortejo abandona o local, seguindo pela Rua 5 de Outubro. As irmandades e os fiéis, em alas, seguem à frente; depois o Senhor dos Passos, Senhora das Dores e S. João, seguindo-se-lhe a Verónica, Maria Madalena, outras figurantes, autoridades eclesiásticas e a Filarmónica que, em todos os nichos se volta a fazer ouvir.

     Chegado ao Fundo da Vila, sobe a Rua Rica, dirigindo-se para a Rua da Raposeira, Devesa, terminando na Capela do Calvário.

     Acerca deste templo cabe aqui dizer algo, quer sobre a sua localização, ou mesmo a sua inserção no espaço imenso do largo adjacente. Não terá sido por mero acaso que ele foi erigido neste local, tendo em consideração as cenas que aqui se desenrolam, facilmente presenciáveis por centenas de pessoas. Por outro lado, o plano elevado em relação à topografia do terreno possibilitou a feitura de uma escadaria de granito, no topo da qual se implantaram duas cruzes do mesmo material.

     Chegados a este magnifico cenário, os intervenientes na marcha, ou meros espectadores, deparam com um enorme pano preto ocultando das suas vistas um quadro previamente montado, culminando esta evocação da caminhada de Jesus para a morte.

Perante o olhares curiosos e extasiados da multidão, o pano abre-se.

     Ao centro uma cruz de madeira, junto da qual se encontra Maria Madalena prostrada de joelhos. A seu lado a Senhora das Dores, S. João e demais figurantes, completando esta reconstituição bíblica.

     Seguindo a cronologia, no domingo seguinte, realiza-se a Festa dos Ramos.

     Esta cerimónia simboliza para a religião cristã, a entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém, quando foi aclamado Rei de Israel.

     Pela manhã de domingo, de todas as aldeias da freguesia afluía a rapaziada, transportando, como podia, os pesados ramos. As mãos de alguns devotos ostentavam também ramos de ouro, à mistura com alecrim, oliveira, rosas, etc.

     Durante a cerimónia, estes ramos saiam em procissão, dando uma volta completa ao templo. Chegados à Igreja Matriz, eram benzidos, terminando esta curiosa evocação com largas tradições no concelho.

     Ligada aos ramos, persiste uma curiosa manifestação da população rural, procurando proteger as sementeiras das intempéries: espetando diversas cruzes de madeira às quais junta louro, alecrim e oliveira, na terra semeada, invocando deste modo a protecção divina.

     Na quinta-feira, pela tarde, celebra-se a missa alusiva à Semana Santa. A partir do seu início, os sinos das igrejas e capelas da vila deixam de se ouvir, sendo substituídos pelo som das matracas, tocadas pelas ruas anunciando as diversas evocações. De igual modo, todas as imagens e altares são ocultos com panos negros.

     Quando anoitece, dá-se início ao Santo Oficio das Trevas, caracterizado por um triângulo de madeira, onde são dispostas velas acesas, instalados no cimo da ala direita do templo. Com o decorrer do cerimonial estas velas vão sendo apagadas, até que, restará apenas uma: a colocada no vértice superior, depois conduzida para as mãos do celebrante. Quando o ofício termina, os fiéis batem palmas, pois às trevas sucede a luz e a esperança.

     Noutros tempos, a rapaziada chegava a levar às escondidas pedras e pregos para dentro da igreja, com a finalidade de pregar ao soalho as saias das mulheres, aproveitando a confusão que se estabelecia na parte final acima descrita.

     Na igreja a Filarmónica acompanha o ritual da Paixão e Morte de Jesus Cristo, com hinos apropriados, mas, o epílogo de toda a quadra irá dentro de algumas horas ter lugar nas escadarias da Capela do Calvário, quando se representar com extraordinário realismo, a crucificação e morte do Redentor.

     Pelo meio da tarde, da Igreja Matriz sai a marcha processional com as duas irmandades à frente, seguidas por crianças vestidas de anjos, com grandes asas pendentes, depois Maria Mãe de Jesus, Maria Madalena, Maria de Cleófas, S. João e outros figurantes.

     Ao longo do desfile, João vai escrevendo tudo aquilo que o seu olhar abrange. Por momentos queda-se junto de Maria, procurando dar-lhe alento para continuar a jornada. O Largo da Devesa está repleto. Todos procuram o melhor local para poderem presenciar esta reconstituição.